sexta-feira, 11 de julho de 2008

Uma metralhadora de idéias e a Bossa Nova


Não sou uma pessoa que aprecia poesia. Talvez por ignorância, ou simples falta de sensibilidade aguçada, costumo não as compreender ou simplesmente não me sentir tocadas por elas. Mas contra poetas nunca tive desapreço. Só não sabia que eles poderiam ser tão bem-humorados quanto Fabrício Carpinejar.

Ontem à noite, no Encontros com o Professor, do jornalista Ruy Carlos Ostermann, o Carpinejar foi ótimo! Subiu ao palco com as unhas da mão esquerda pintadas, a palavra 'poesia' escrita na cabeça (por meio de um corte de cabelo), um chapéu nada discreto e um óculos idem. Assim, falou sobre tudo, tudo mesmo. Como uma metralhadora de frases, o poeta excêntrico revelou fatos de sua vida pessoal e falou sobre amor, família, sexo, bom-humor, terapia, e, claro, literatura.

Vale destacar algumas das pérolas (no bom sentido) que ele proferiu, e que, ao contrário da poesia, fizeram algum sentido pra mim.

“É bonito a gente desaparecer em quem a gente ama.”

“Viver não é para ser fácil, mas eu não abdico dessa dificuldade.”

“Achamos que a dor nos deixa sábios, não a alegria.”

“Não valorizamos os erros, mas tem erros na minha vida que me valorizam.”

A canja musical ficou por conta do grupo Bossa Nova 50 anos, também excelente. Tocam muito bem, além de terem feito uma seleção de repertório impecável, só com as melhoras músicas da época: Wave, Garota de Ipanema, Água de Beber.

No dia 24 de julho, será a vez do cineasta Cacá Diegues, no StudioClio, às 19h30min, em Porto Alegre.

Para ler mais sobre o evento, acesse: www.encontroscomoprofessor.com.br

Crédito das fotos: Carlos Carvalho

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