sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A vida em Norwich e seus desafios



Após 1 mês morando na Inglaterra, finalmente parei um pouco e me dei uma folga pra escrever a experiência incrível que é deixar a sua casa, família e amigos para viver um período no exterior. Ao dizer incrível, quero expressar não só o lado maravilhoso dessa nova etapa, mas também as dificuldades que envolvem a superação de obstáculos.
Não tinha noção do que estaria me esperando aqui, quando saí do Brasil, e vim de braços abertos para o novo, o que foi muito bom. Ao chegar, muitas coisas me surpreenderam positivamente (como organização da cidade, limpeza, beleza natural, qualidade da universidade), outras negativamente (excesso de burocracia, alguns problemas com os créditos das disciplinas e a exigência das leituras acadêmicas).
Hoje, fazendo um balanço dessa primeira fase de adaptação, a mais difícil, vejo que o momento é realmente único para aprender e crescer. Aprender a viver longe de quem eu amo, a conhecer pessoas novas, a superar o obstáculo que é ter que se fazer entender em uma língua estrangeira (e entender os outros, a parte mais difícil)...aprender a dividir meu tempo entre obrigações e lazer. Esse último aprendizado é o que está me dando mais trabalho, ultimamente, porque a exigência acadêmica aqui é realmente muito superior do que a do Brasil e, talvez por eu estar fazendo duas disciplinas que são do mestrado e uma de graduação, a dificuldade seja maior - muitas leituras, essays pra escrever, apresentações em grupo para pensar...nesse ponto o meu perfeccionismo também não ajuda muito, mas com o tempo começo a pegar o ritmo e a me exigir um pouco menos.
Crescer, estou crescendo, muito. Tomar conta das minhas finanças, comida, roupas pra lavar, organização do quarto, todas essas pequenas coisas que acabam ocupando parte do tempo e tendo que ser planejadas, estão me levando para uma vida mais independente.

Agora falando um pouco do externo, da cidade em si e da vida na Inglaterra....Norwich é um lugar extremamente simpático para morar. Uma cidade universitária que é rodeada de verde e tem bastante do seu passado medieval preservado (quando era a segunda cidade mais importante, depois de Londres). O Centro é uma graça e, como em todos os lugares do mundo, é o local onde se acha tudo, com bons preços.
O transporte público não é tão barato (tem ônibus de 4 pounds - ida e volta - e de 2,80 pounds - ida e volta), mas é um exemplo de civilização. Aqui ninguém pode andar em pé, então só entra no bus o número de pessoas que cabem sentadas. Para evitar que isso limite muito as viagens, tem um número razoável de veículos, que passam com 5 min a 15 min de diferença um do outro, dependendo do destino. Além de ser limpo e novo.
Andar de bicicleta é muito tranquilo. Os carros respeitam totalmente, só passam ao lado se tem espaço (com uma distância de segurança bem maior que os 1,5m sugeridos no Brasil).
As pessoas não são um exemplo de simpatia, porque são caladas, mas no momento que é preciso se aproximar de algumas delas, pedir informação ou puxar uma conversa, elas imediatamente respondem com boa vontade. A educação é exemplar e (quase) generalizada - sempre tem os menos polidos...
Por sorte, aqui é úmido, mas menos que no resto da Inglaterra. Então, razoavelmente faz bastante dias de sol (bem mais fraco que o nosso em POA) e a chuva não costuma durar mais de dois dias - é aquela chuvinha fina e constante, ainda não vi temporal.
A beleza daqui, agora no outono, está nas cores da natureza. É realmente lindo o tom que o outono imprime nas árvores, algumas ficando marrons, outras amarelas, bege, cor de telha...isso não tem igual em nenhuma cidade brasileira!

Como estudei demais, a semana toda, e hoje é sexta-feira e mesesário de moradia aqui, resolvi que vou me dar um break, chamar uma pizza da Domino's para a janta e comprar umas cervejas no mercado (tem 600ml de Stella e Budweiser por 1,5 pounds), para relaxar. Não estarei sozinha, porque tive a sorte de ter, no quarto ao lado, uma outra brasileira, da Ufrgs, que veio pra cá na mesma bolsa que eu: a Pâmela. O que está sendo super importante para suportar a saudade dos meus amores que deixei no Brasil.

Agora é aproveitar ao máximo o que esta experiência pode me dar, estudar muito, tentar me divertir em alguns momentos de lazer, que em 10 meses já estou de volta, com muito mais histórias pra contar!

Até o próximo post :)