domingo, 16 de dezembro de 2012

Lá, onde a neve cai...

E eis que, pela primeira vez na vida, vejo a neve cair!
Apesar do frio, é uma sensação muito gostosa e com um gosto infantil, de ver algo novo e antes tão distante da realidade. Foi por alguns minutos apenas, não formaram-se blocos de gelo para fazer bonecos de neve, mas já valeu à pena.
Outro dia nevou mais uma vez, no meio da tarde, quando estava em casa estudando e aí liguei correndo para a mãe, como uma criança outra vez, e mostrei pra ela a neve caindo, através do skype, foi a felicidade compartilhada!
Esses momentos de empolgação com o novo ajudam muito a superar algumas barreiras que o novo também traz...como a adaptação.
Ultimamento o desafio é aceitar as poucas horas de luz que o inverno disponibiliza aqui. Todos os dias, por volta de 15h30min, o pôr-do-sol já inicia e, às 16h, a noite já é uma realidade....o que faz parecer que o dia já acabou e nada rendeu, apesar de estar apenas na metade dele. Conversando com os outros brasileiros, vejo que todos têm a mesma sensação de que o dia não rende, que passa muito depressa....a luz do sol faz toda a diferença mesmo.

Sobre as aulas, agora finalmente estou de férias! O que é um alívio absurdo, pois a pressão e carga de estudos foi realmente muito acima do esperado, muito pela barreira da língua e mais ainda pelo sistema de ensino completamente diferente.
Além das coisas que já mencionei aqui no blog, esses dias percebi o quanto aquela fama de "horário britânico" é realmente real. As aulas iniciam exatamente no minuto previsto, sem mais nem menos, e os professores terminam as palestras também na hora exata. Tenha a matéria planejada para o dia acabado ou não, a aula termina e o resto é com o aluno, estudar em casa. Não existe essa de passar da hora. Horário é horário e é cumprido ever!
Na última semana, também fiquei impressionada com o sistema de avaliação nas provas. Uma das professoras explicou como são os exames, que ocorrem todos uma vez ao ano, em maio, referente aos módulos do ano letivo completo. Um dos critérios que fazem os alunos tirarem notas acima de 70 (considerado first class) é trazer referências e conhecimentos - através de citações de artigos e estudos de caso - que estejam além do que foi tratado em sala de aula. Ou seja, o professor não espera que tu responda o que ele já te ensinou ou passou de informação, mas sim que tu traga novidades sobre o assunto para ele, através do que eles definem como "estudo independente". Isso, realmente, é completamente diferente do ensino brasileiro. É ótimo para estimular as pessoas a "se virarem" e buscarem o conhecimento, mas claro que é também muito difícil de acompanhar e corresponder às expectativas.

Mas, como esse semestre já acabou e agora o momento é FÉRIAS, quero encerrar esse post (último desse ano e que marca 3 meses de vida na Inglaterra) com a alegria de quem vai partir em dois dias para uma viagem sensacional!
A trip começa em Barcelona, terra de Gaudi e arquiteturas estonteantes, depois o Natal será em Dublin, com a prima da Pâmela (minha amiga e flatmate aqui). Na sequência vamos para dias ainda mais frios, mas não menos interessantes na Alemanha, passando por Hamburgo e encerrando 2012 e começando 2013 em Berlim, na casa da Thais, uma querida que conheci em POA através da minha amiga Vanessa, e que foi um anjo em nos acolher para uma festa da virada cheia de brasileiros!
Empolgação total! Espero que tudo seja tão bom quanto à expectativa!

Que venha 2013, com mais alegrias ainda, se possível!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Imax, beer and jazz

Parecia que ia ser sempre menos corrido aqui do que realmente está sendo. Muitas tarefas, estudos e trabalhos e no tempo livre aproveito pra ficar pela rua....então o blog não está sendo atualizado como deveria. Mas vamos lá!

Das últimas experiências maravilhosas que tive aqui em Norwich queria destacar a ida ao cinema Imax. Eu, que adoro um cinema, fiquei maravilhada com o tamanho da tela, com o áudio e com a nitidez da imagem, realmente perfeitos. Fui assistir Skyfall, do gatíssimo 007, um filme de ação que por si só já ajuda muito a ampliar todos os efeitos duma tela Imax. Adorei! Agora conto os dias pra ver a estreia do Hobbit nesses mesmos padrões....vai ser um sonho!

Antes do cinema também conheci um lugar muito aconchegante, um pub bem inglês (sem turistas, tirando nós, os brasileiros) que tem um DJ muito peculiar: um cara com uma suíça enorme que vira praticamente uma barba e só deixa o queixo de fora, com um chapéu também nada convencional e que na vitrola (sim, uma vitrola) só toca jazz, blues e todo o tipo de música de bom gosto do início do século passado. Dá pra passar horas e horas lá apreciando as deliciosas cervejas (tomei uma Guinness) e ouvindo aquela boa música, como uma viagem a um filme de época.

Nesse último final de semana, como não poderia deixar de ser, mais uma excursão ao mundo cervejeiro inglês, foi o 35° Festival da Cerveja de Norwich. E o mais inusitado: dentro da igreja medieval. Valeu ficar mais de 1h na fila, congelando total na noite de cerca de 6°C, pra entrar na igreja, comprar um caneco e uns tokens e começar a degustar as deliciosas cervejas inglesas e francesas. Não deu tempo de beber todos os vales que comprei, foram menos de 2h lá dentro, mas degustei bastante de graça vários sabores diferentes. É muito interessante como aqui eles tomam a cerveja em temperatura ambiente e elas realmente tem uma textura diferente, que é preciso apreciar, não é como pegar uma gelada no Brasil e matar a sede, tomando rápido. Elas não descem redondo assim, mas tenho gostado muito de degustar e conhecer tantos tipos diferentes de cervejas.

Sobre o frio....depois de passar um frio absurdo duas vezes seguidas, resolvi ir comprar roupas térmicas e uma bota de neve e chuva. No sábado a sensação térmica estava de -2°C e eu, inocente, de tênis e calça jeans, quase entrando em hipotermia de tanto frio. Agora não saio com menos de duas meias, botas peludinhas ou de neve, meio calça por baixo etc. Tive que aceitar que, aqui, o outono é mais frio que o nosso inverno, não tem jeito!

Aliás, o que tem me deprimido um pouco aqui não é o frio, mas sim o fato de que antes das 17h já é noite...agora percebo como a luz do dia e o sol fazem falta na vida da gente, pra dar aquele ânimo. Ainda bem que tenho bastante coisa pra estudar e artigos pra escrever durante esse 1 mês e pouco que falta pra acabar o semestre, aí o tempo passa rápido e logo será minha viagem de férias de final de ano. E será fantástica: Barcelona, Dublin, Hamburgo e Berlim que me esperem, de braços abertos!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A vida em Norwich e seus desafios



Após 1 mês morando na Inglaterra, finalmente parei um pouco e me dei uma folga pra escrever a experiência incrível que é deixar a sua casa, família e amigos para viver um período no exterior. Ao dizer incrível, quero expressar não só o lado maravilhoso dessa nova etapa, mas também as dificuldades que envolvem a superação de obstáculos.
Não tinha noção do que estaria me esperando aqui, quando saí do Brasil, e vim de braços abertos para o novo, o que foi muito bom. Ao chegar, muitas coisas me surpreenderam positivamente (como organização da cidade, limpeza, beleza natural, qualidade da universidade), outras negativamente (excesso de burocracia, alguns problemas com os créditos das disciplinas e a exigência das leituras acadêmicas).
Hoje, fazendo um balanço dessa primeira fase de adaptação, a mais difícil, vejo que o momento é realmente único para aprender e crescer. Aprender a viver longe de quem eu amo, a conhecer pessoas novas, a superar o obstáculo que é ter que se fazer entender em uma língua estrangeira (e entender os outros, a parte mais difícil)...aprender a dividir meu tempo entre obrigações e lazer. Esse último aprendizado é o que está me dando mais trabalho, ultimamente, porque a exigência acadêmica aqui é realmente muito superior do que a do Brasil e, talvez por eu estar fazendo duas disciplinas que são do mestrado e uma de graduação, a dificuldade seja maior - muitas leituras, essays pra escrever, apresentações em grupo para pensar...nesse ponto o meu perfeccionismo também não ajuda muito, mas com o tempo começo a pegar o ritmo e a me exigir um pouco menos.
Crescer, estou crescendo, muito. Tomar conta das minhas finanças, comida, roupas pra lavar, organização do quarto, todas essas pequenas coisas que acabam ocupando parte do tempo e tendo que ser planejadas, estão me levando para uma vida mais independente.

Agora falando um pouco do externo, da cidade em si e da vida na Inglaterra....Norwich é um lugar extremamente simpático para morar. Uma cidade universitária que é rodeada de verde e tem bastante do seu passado medieval preservado (quando era a segunda cidade mais importante, depois de Londres). O Centro é uma graça e, como em todos os lugares do mundo, é o local onde se acha tudo, com bons preços.
O transporte público não é tão barato (tem ônibus de 4 pounds - ida e volta - e de 2,80 pounds - ida e volta), mas é um exemplo de civilização. Aqui ninguém pode andar em pé, então só entra no bus o número de pessoas que cabem sentadas. Para evitar que isso limite muito as viagens, tem um número razoável de veículos, que passam com 5 min a 15 min de diferença um do outro, dependendo do destino. Além de ser limpo e novo.
Andar de bicicleta é muito tranquilo. Os carros respeitam totalmente, só passam ao lado se tem espaço (com uma distância de segurança bem maior que os 1,5m sugeridos no Brasil).
As pessoas não são um exemplo de simpatia, porque são caladas, mas no momento que é preciso se aproximar de algumas delas, pedir informação ou puxar uma conversa, elas imediatamente respondem com boa vontade. A educação é exemplar e (quase) generalizada - sempre tem os menos polidos...
Por sorte, aqui é úmido, mas menos que no resto da Inglaterra. Então, razoavelmente faz bastante dias de sol (bem mais fraco que o nosso em POA) e a chuva não costuma durar mais de dois dias - é aquela chuvinha fina e constante, ainda não vi temporal.
A beleza daqui, agora no outono, está nas cores da natureza. É realmente lindo o tom que o outono imprime nas árvores, algumas ficando marrons, outras amarelas, bege, cor de telha...isso não tem igual em nenhuma cidade brasileira!

Como estudei demais, a semana toda, e hoje é sexta-feira e mesesário de moradia aqui, resolvi que vou me dar um break, chamar uma pizza da Domino's para a janta e comprar umas cervejas no mercado (tem 600ml de Stella e Budweiser por 1,5 pounds), para relaxar. Não estarei sozinha, porque tive a sorte de ter, no quarto ao lado, uma outra brasileira, da Ufrgs, que veio pra cá na mesma bolsa que eu: a Pâmela. O que está sendo super importante para suportar a saudade dos meus amores que deixei no Brasil.

Agora é aproveitar ao máximo o que esta experiência pode me dar, estudar muito, tentar me divertir em alguns momentos de lazer, que em 10 meses já estou de volta, com muito mais histórias pra contar!

Até o próximo post :)

terça-feira, 29 de março de 2011

Para entender a acidificação dos oceanos

A NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration - está com uma série bastante interessante que explica o que é a acidificação dos oceanos e como isso afeta o ecossistema marinho. Para entender essa modificação na química dos oceanos, causada pela absorção do dióxido de carbono (CO2) que emitimos à atmosfera, leia http://www.pmel.noaa.gov/co2/story/Ocean+Acidification

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Novidades no site O Eco

Segue os links da última reportagem e das duas notícias que fiz nessas últimas semanas para o site O Eco. Para quem ainda não acompanha o site e tem interesse em questões ambientais, vale começar a olhar.

Reportagem sobre as redes de pesca no litoral gaúcho = conflito entre surfistas e pescadores

http://www.oeco.com.br/reportagens/24742-o-conflito-entre-o-surfe-e-a-pesca-no-rs


Notícia sobre UHE Pai Querê


http://www.oeco.com.br/salada-verde/24745-ibama-devolve-eia-rima-de-pai-quere


Notícia sobre os prejuízos com a estiagem no RS

http://www.oeco.com.br/salada-verde/24753-estiagem-no-rs-causa-prejuizo-de-r-30-milhoes